
Isso inclui cantos, táticas de brigas, métodos de extorsão de dirigentes e jogadores, recomendações para superfaturamento do preço de ingressos e dicas para a cobrança de propinas de ambulantes das proximidades dos estádios.
¿Bueno, eh?
Segundo reportagem do diário bonaerense Olé, os contratantes mais b

Mas não é só a consultoria in-house que está gerando receitas: os hinchas-expert do Boca têm recebido em Buenos Aires interessados de ultras do mundo inteiro. A Espanha desponta como o melhor mercado mas todo o mundo hispanófono se interessa, do Chile ao México.
Interessante observar o lado mundanamente feio de algo cercado de tanta mística e valor cultural. Mesmo assim a insípida descrição do business case, embora adequada, é insuficiente.
O escritor uruguaio Eduardo Galeano disse bonito e as torcidas do Flamengo e do Corinthians (digamos, do Boca e do River) inteiras sabem que não é correto atribuir a violência ao futebol; ela não vem do futebol, aparece no futebol. Na Grande Buenos Aires não é diferente e nestes países e lugares receptores de cultura por dizer tradicional de futebol também não. Novidade é o movimento no sentido da globalização do saber acumulado cultural local, agora transformado em pacote e mercantilizado ao sabor do freguês, nesse fenômeno que vem despontando a partir de várias torcidas transplatinas.
Daí que não cabe atribuir o selo “hecho en Argentina” ao surto recen

A verdade é que o Boca Juniors e o futebol argentino exercem uma influência muito maior no jeito de torcer mundo afora do que aquela sistematizada por seus mestres remunerados – papel que já coube ao Brasil, um assunto a que voltaremos futuramente. Buenos Aires reuniu condições propícias para o florescimento de uma rica cultura de torcidas organizadas, das quais a mais importante possivelmente é o fato de o conurbado bonaerense ter a maior “densidade futebolístico-espacial” do mundo. O papel da familiaridade lingüística com o restante da América Latina nesse processo também não pode ser desprezado.
Verdade é que o próprio Brasil sente essa energia. A geral do Grêmio, a mais castelhan

Os “dale-ôs”, diga-se, estão cada vez mais comuns em cada vez mais torcidas pelo país, incluindo pelo menos a do Corinthians, argentinófila desde Carlitos.
Indepentemente da (má) influência que os líderes barrabravas argentinos venham exercendo mundo afora, é certo que se no mundo ideal os goleiros são alemães, os zagueiros italianos e os meio-campistas e atacantes brasileiros, no mundo ideal a torcida – como o churrasco após o jogo – vem da Argentina.